B3: tudo sobre a bolsa de valores do Brasil

Por Redação

O que é a B3?

Em qualquer lugar do mundo, as bolsas de valores funcionam como “mercados”, onde os investidores de cada país podem vender e comprar títulos, ações e outros ativos uns dos outros. 

São ambientes organizados e seguros, fiscalizados por entidades reguladoras, onde grandes empresas disponibilizam pequenas fatias de si mesmas na forma de ações: quem adquire uma ação, diretamente da instituição ou comprando de outro investidor, torna-se um acionista daquela empresa. 

No Brasil, a principal bolsa de valores é também a 5ª maior bolsa em valor de mercado de todo o planeta, com cerca de 400 empresas vendendo ações a, até o final de 2019, mais de 1,5 milhão de investidores ativos. Localizada em São Paulo, ela é chamada B3 – Brasil, Bolsa e Balcão

O que é a B3

A bolsa de valores de São Paulo, que já era a maior do país, passou a chamar-se B3 – Brasil, Bolsa e Balcão somente em 2017, quando duas organizações que operavam serviços distintos foram mescladas em uma única entidade: a BM&F Bovespa e a Cetip. Mas essa não a única mudança por qual passou a bolsa de São Paulo ao longo da história.

Criada na capital paulista em 1890 por Emilio Rangel Pestana com o nome Bolsa Livre, o propósito inicial da instituição era comprar e vender títulos (uma novidade para a época) e intermediar negociações entre bancos e clientes. Devido às políticas econômicas da época, o modelo não perdurou e logo a bolsa fechou. Poucos anos depois, em 1895, foi reaberta como a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, título que perdurou até 1935, quando foi renomeada como Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Em 1967, virou Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa.

No meio dos anos 2000, bolsas de outras regiões brasileiras – Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Extremo Sul, entre outras – foram incorporadas à Bovespa. Logo depois, em 2008, a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) também entrou na fusão e a maior bolsa do país passou a ser chamada BM&F Bovespa.

Finalmente, em 2017, a BM&F Bovespa uniu-se à Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), que fazia serviços no mercado de títulos públicos e privados, e tornou-se o que é a B3.

Na atual B3, são comercializadas ações de cerca de 400 empresas divididas em categorias de acordo com o setor de mercado em que se encaixam – Setor Financeiro, Holdings, Imobiliárias, Mineradoras, Telecomunicações, Industriais, etc.

Graças às fusões da bolsa com outras entidades, além de ações na B3 também são comercializados Ativos de Renda Fixa (Tesouro Direto, LCI, LCA, Fundos de Investimento), Ativos Derivativos (que variam de valor conforme os valores de outros títulos, como moedas) e outros Ativos de Renda Variável (Ouro, Câmbio) cujos valores dependem da oferta e da demanda. 

O que era a BM&F Bovespa

Durante o período de 2008 – 2017, essa foi a nomenclatura oficial da bolsa de valores de São Paulo. Surgida da fusão entre a Bovespa e a BM&F, permitiu que a bolsa passasse a comercializar outros ativos além das ações de grandes empresas. Além destas, na BM&F Bovespa já era possível comprar e vender contratos de boi, café, soja e milho; índices como o Ibovespa (que mede o desempenho dos ativos comercializados na bolsa de São Paulo), moedas como Dólar e Euro, entre outras opções. 

O que era a Cetip

Era uma associação de 17 mil empresas, bancos, corretoras de valores, seguradoras e outras instituições que atuavam negociando ativos de Renda Fixa, como: Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Muito importante para o funcionamento do mercado financeiro, a fusão com a BM&F Bovespa permitiu que a bolsa ampliasse seu escopo de comercialização e supervisão. 

Como funciona a B3

Supervisionada e regulada tanto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – ligada ao Ministério da Fazenda – quanto pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) – empresa responsável pela custódia das ações e títulos privados comercializados no mercado financeiro -, a B3 está aberta para qualquer pessoa que deseja ingressar em seu quadro de investidores. Para tanto, é preciso escolher uma corretora de valores ou instituição financeira regulamentada para atuar na B3: ela é quem fará a intermediação entre o investidor e a bolsa de valores.

Feita a escolha da instituição, o investidor abre uma conta na corretora ou banco e transfere uma quantia em dinheiro para essa nova conta. A instituição particular deverá, então, fornecer uma plataforma digital para que o investidor possa acessar e atuar na compra e venda de ativos na B3. Após escolher os investimentos adequados de acordo com seu perfil pessoal e comprá-los por meio da plataforma digital, é hora de acompanhar a evolução dos ativos e decidir a hora certa de vendê-los para lucrar.

Principais ativos comercializados na B3

– Ações: Cerca de 400 grandes empresas nacionais e internacionais, desde a Bombril até a Walt Disney, passando por Netflix, Embraer, Coca Cola e Vale, disponibilizam suas ações na B3.

– Ativos de Renda Fixa e cotas de fundos: Tesouro Direto, Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), fundos de investimento.

– Derivativos: títulos cujos valores finais variam de acordo com os valores de outros títulos.

– Ativos de Renda Variável: Ouro, Câmbio de Moedas, Milho, Soja, Café, etc. 

Como investir na B3?

Apesar da fusão relativamente recente, a maneira de investir na bolsa de valores não mudou muito. Seguem existindo três maneiras de comprar uma ação ou realizar um investimento:

  • A partir dos fundos de investimento, onde existe um administrador que recebe o dinheiro de um grupo de pessoas e vende para esse investidor cotas do total de ações que esse fundo tem. Alguns exemplos de fundos de investimento são os fundos de renda fixa, fundos de ações, fundos multimercados e fundos cambiais.
  • Através dos clubes de investimento, que funcionam de uma maneira menos formal do que um fundo ao reunir um grupo de pessoas, como amigos ou parentes, que abrem um fundo coletivo junto a uma corretora.
  • De forma individual, escolhendo o papel que é mais interessante para você em determinadas situações.

Nos três casos, existe a necessidade de intermediação por parte de uma corretora ou de instituição regulamentada pela CVM. No site da bolsa, você pode conferir todas as corretoras regulamentadas por ela para fazer operações no mercado financeiro.

A partir daí, seja em grupo ou individualmente, o processo é relativamente o mesmo e consiste em:

  • escolher uma corretora de valores de sua confiança;
  • abrir uma conta na corretora escolhida;
  • transferir uma quantia em dinheiro para sua nova conta;
  • escolher o investimento desejado, de acordo com o seu perfil de investidor;
  • realizar o investimento, acompanhar sua evolução e decidir qual é o melhor momento para capitalizar;

Quais impostos e taxas são pagos para investir na B3?

Algo que muita gente esquece de fazer na hora de escolher seus investimentos é calcular quanto será pago em taxas e impostos. Ignorar esses fatores na conta inicial pode gerar uma frustração na hora de colher os resultados e acabar custando caro.

Alguns dos impostos e taxas mais comuns que você deve pagar na hora de comprar ou resgatar um título são:

  • Taxa de administração: é cobrada anualmente pela corretora ou pelos fundos. O valor é proporcional ao valor aplicado e ao período da aplicação;
  • Taxa de corretagem: cobrada a cada ordem de compra ou venda de uma ação;
  • Taxa de custódia: cobrada mensalmente pela guarda das ações. Algumas corretoras não cobram mais essa taxa ou a taxa de administração;
  • Taxas de emolumentos: é paga para a bolsa de valores e é calculada em cima do valor que envolve a compra ou venda de ações;
  • Taxa de performance: é cobrada quando o fundo de investimento supera a rentabilidade esperada;
  • Imposto de renda.

Considerando essas taxas e comissões, é importante lembrar que não existe um valor mínimo para se investir em ações na bolsa. Muitos lugares fazem aplicações a partir de R$ 100, mas para quem investe valores pequenos – até R$ 1.000 – uma dica é optar por um fundo ou clube de investimentos para aumentar o lucro obtido ou por índices que são compostos por ações de várias empresas e diluem a taxa de corretagem que seria necessária para comprar cada ação individualmente.

O que mais a B3 faz?

Se você realmente quer conhecer e começar a investir na B3, além de oferecer uma visita guiada até o prédio onde ocorria o antigo pregão (local das negociações), a bolsa também oferece uma série de cursos de educação financeira: alguns presenciais, outros online e muitos deles gratuitos.

Essa opção fez, inclusive, com que a B3 passasse a integrar o Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef). Atualmente, mais de 90 mil alunos já foram formados em cursos da B3, que são divididos em seis grandes áreas: mercado financeiro, ações, derivativos, finanças comportamentais, renda fixa e gestão de riscos.

Mais informações para interessados tanto em cursos como em visitas guiadas podem ser encontradas no site oficial da B3.

Endereços e horários da B3

Atualmente, além da sede principal no centro de São Paulo, a B3 também está presente em outros três endereços.

B3 Centro

Praça Antonio Prado, 48, Centro, São Paulo (SP)

Rua XV de Novembro, 275, Centro, São Paulo (SP)

B3 Faria Lima

Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1663, Jardim Paulistano, São Paulo (SP)

B3 Alphaville

Alameda Xingu, 350, Barueri (SP)

B3 Rio de Janeiro

Praça XV de Novembro, 20, 4º andar (Cj. 406), Centro, Rio de Janeiro (RJ)

Os pregões, agora totalmente online, funcionam diariamente em dias úteis em São Paulo (SP), das 10h às 18h.

3 dicas sobre como investir na B3

Agora que você sabe o que é e que faz a B3, que tal começar a investir em ações?

1.Estude e planeje: antes de investir dinheiro na B3, busque informações e conhecimento sobre o funcionamento da bolsa de valores e sobre as melhores opções de investimento com especialistas financeiros qualificados e confiáveis;

2.Não precisa despender muito dinheiro para começar: além de existir opções de investimento a partir de R$ 100, os fundos de investimento são uma boa opção para potencializar os lucros unindo-se a outros investidores;

3.Calcule os impostos: existe uma série de taxas que precisam ser levadas em conta na hora de investir na B3. As mais comuns são a Taxa de Administração (cobrada anualmente pelas corretoras particulares), a Taxa de Corretagem (cobrada a cada compra ou venda de ação) e o Imposto de Renda. Muitas corretoras pararam de exigir a Taxa de Custódia, cobrada mensalmente pela guarda das ações.